sábado, 11 de junho de 2011

Vamos abolir a abolição

No mês que vem vamos nos deparar com inúmeras manifestações populares e escolares, de comemoração da abolição da escravidão.

A pouco me peguei em meio a uma discussão com pessoas defensoras árduas da cultura negra, sobre a comemorar ou não o 13 de maio. Tive que ouvir argumentos do tipo “se está nos livros escolares, tem que ser comemorado”, “eu aprendi assim, e vou continuar fazendo’.

Eu também, aprendi nos bancos escolares uma história totalmente deturpada, e tive a curiosidade de pesquisar especificamente sobre o tema, e descobrir que em 13 de maio de 1888, o regime escravocrata estava totalmente falido, em ruínas estruturais. Industrialização, movimento republicano, eram situações incompatíveis com o regime de escravidão humana, e como estavam em pleno crescimento, hoje é fácil entender os motivos que levaram a Isabel  ao ato de tamanha bondade, assinar a Lei Áurea, que de áurea não teve nada.

A história como nos foi e muito do que ainda é ensinada, é uma história do dominante, do vencedor, e no caso da história brasileira mais especificamente, dos brancos. Nós negros temos que buscar conhecer a nossa história de uma ótica diferente, que permita a nós, o espaço de protagonistas das ações. Precisamos conhecer José do Patrocínio, Joaquim Nabuco, André Rebouças, João Cândido, Maria Quitéria, heróis e heroínas negros e negras, que fizeram parte da história do Brasil, mas que não aparecem nos livros oficiais.

Esta data, o 13 de maio, foi imposta como comemoração pelos mesmo que a forjaram como data grandiosa de redenção de uma nação contra as atrocidades realizadas aos negros africanos e afrobrasileiros durante mais de 3 séculos. 

Vamos nos negar a comemorar o 13 de maio como dia da Abolição e sim, o dia de nossos Pretos Velhos.

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